Bruna Surfistinha

Ontem eu e o marido fomos assistir ao filme título deste post. Antes mesmo de ver já estava questionando algumas coisas desta história, mas, por fim, acabamos indo, pois a crítica estava boa e o filme já estava batendo recordes de bilheteria (então alguma coisa de boa ele devia ter!).

Gente, não sei mesmo se estou ficando muito moralista ou o quê, mas não entendi realmente a história desta garota, de programa por opção. Achei que ia “aprender” alguma coisa com a história dela, que teria alguma lição/moral, mas, ao contrário, achei péssima a vida e as escolhas dela! Ela foi adotada por uma família classe média alta (que sorte!) e resolve sair de casa e vai diretamente para um bordel de quinta categoria. Por que? Porque ela queria ser independente (é isso que ela brada o filme inteiro). E ai, era para eu pensar neste ponto que ela é uma mulher forte e corajosa? Eu não pensei nada disso. Pensei que é uma boba (para não dizer idiota) que não soube aproveitar a incrível oportunidade de ter uma vida boa que Deus te deu. OK. Existem conflitos naquela família, ah, mas que família que não tem? O irmão mais velho pega no pé dela, OK, quem não passou por isso? E, também, vamos combinar, que ele só pegava no pé dela pois ela era bastante esquisitinha e dizia que ia estudar com os coleguinhas quando estava era aprontando outra coisa.

Então, ela sai de casa porque queria ser independente. Vira as costas para a família e vai para um puteiro. E ela acha o máximo que os homens sempre pedem por ela (ao invés das outras garotas da casa). Ela pensa “Quem diria que a mais feinha da escola seria a mais desejada”. WOW, que glória ein? Realmente fabuloso!

Bom, e por ai vai, ela sai deste bordel de quinta e abre um negócio dela (gente, olha que bem sucedida!), onde recebe não sei quantos vários mil clientes por dia. Ela se acha o máximo por isso! Monta um blog, conta dos clientes no blog e ainda dá cotação para cada um deles. O blog bomba, o sucesso sobe a cabeça e ela se vicia em cocaína. Perde tudo que tinha e vai se prostituir num lugar pior que onde começou (é possível?) e acaba tendo uma overdose e vai parar no hospital. Dai ela resolve que precisa se prostituir (dignamente – sem drogas) por mais 6 meses para fazer seu pé de meia. That’s it! O filme acaba e o letreiro nos conta que ela nunca mais viu seus pais e que hoje vive com um ex cliente.

E então? Qual é a moral? Garota de programa por opção super desejada pelos homens que dá a volta por cima (depois de cheirar todas)? Era para eu sentir pesar por ela? Acredito que não se foi ela mesma que optou por isso. Não posso julgar quem se prostitui por que não tem como sobreviver a este mundo cão, mas quem vive bem e escolhe esta vida por que quer ser independente e desejada, eu posso, e vou falar: achei o fim da picada! Para mim, ela fez isso tudo por pura vaidade, para mostrar que a prega da escola também pode ser a mais desejada. Vocês precisam ver o orgulho que ela sente de si mesma.

É uma pena que a história dela fez tanto sucesso assim. Espero de verdade que não sirva de incentivo para outras adolescentes bobas/perdidas por aí para fazer o mesmo!

PS. Apesar de não gostar da história desta garota, devo admitir que o filme é muito bem feito e que a atriz principal, Deborah Secco, está muito bem neste papel! Melhor personagem que já a vi fazer! Isso não posso negar!

Foto: Reprodução internet